terça-feira, 13 de setembro de 2011

Japão e Coreia do Norte garantidos em Londres 2012


Após 11 dias de disputas intensas e muito acirradas, Japão e Coreia do Norte levaram a melhor e ficaram com as duas vagas do continente asiático para o próximo Torneio Olímpico de Futebol Feminino. Os dois países fizeram campanhas completamente opostas na Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011, mas foram as duas melhores no torneio de seis nações que se encerrou no domingo. Apenas seis semanas após terem se sagrado campeãs mundiais em Frankfurt, as japonesas conseguiram com sucesso redirecionar as suas energias, apesar do status recentemente adquirido de heroínas nacionais.


Os preparativos da Coreia do Norte para o torneio classificatório disputado na cidade de Jinan, na China, foram bem diferentes dos do Japão, mas tão eficaz quanto. As norte-coreanas foram eliminadas precocemente na Alemanha 2011, com apenas um ponto em três partidas na fase de grupos. No entanto, a equipe se acostumou com o sucesso na Ásia ao longo da última década e mostrou muita determinação para se recuperar e ficar com a segunda colocação, pouco à frente da Austrália, seguida de China, Coreia do Sul e Tailândia. As dez partidas do torneio que não envolveram a lanterna Tailância
 terminaram em vitórias por apenas um gol de vantagem ou em empate, mostrando mais uma vez que o futebol feminino asiático está cada vez mais competitivo.



Campeãs confirmam a sua categoria
Apesar da disputa intensa no torneio, o Japão conseguiu provar por que é o atual campeão mundial. O selecionado nipônico venceu quatro de cinco partidas e só não fez uma campanha perfeita porque sofreu o gol de empate nos acréscimos do jogo contra a Coreia do Norte.
O Japão contou com praticamente todas as atletas que venceram a Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011, incluindo a ganhadora da Bola de Ouro adidas, Homare Sawa. No entanto, ao contrário da Alemanha 2011, quando as japonesas não cansaram de balançar as redes, desta vez elas marcaram apenas oito gols. Duas das jogadoras marcaram dois tentos cada: a zagueira Asuna Tanaka e Nahomi Kawasumi, heroína da vitória contra a Suécia nas semifinais do Mundial Feminino.
A determinação do Japão ficou evidente na rodada final, em que, mesmo com a classificação garantida com uma partida de antecedência, as japonesas trabalharam muito para derrotarem as anfitriãs por 1 a 0. "Ficamos sob pressão, mas conseguimos prevalecer graças à solidariedade da equipe", afirmou a meio-campista Aya Miyama, que chegou a cem jogos com a camisa do seu país durante o torneio. "Espero que possamos continuar a evoluir mesmo quando estivermos jogando pelos nossos clubes."
A Coreia do Norte, tricampeã asiática, garantiu a sua segunda participação consecutiva nos Jogos Olímpicos com uma vantagem de dois pontos em relação à Austrália, terceira colocada. O confronto decisivo foi a primeira partida do torneio, quando as norte-coreanas venceram as australianas, atuais campeãs continentais. O jogo terminou em 1 a 0 com um gol de Kim Su-Gyong.

Vitórias apertadas
O triunfo da Coreia do Norte deixou as australianas de fora das Olimpíadas pela segunda vez consecutiva. A derrota contra as sua algozes e a derrota por 1 a 0 contra o Japão foram golpes fatais, apesar de a Austrália ter se recuperado e vencido China e Coreia do Sul. As "matildas" também foram prejudicadas com várias atletas contundidas. Na última partida do torneio, por exemplo, três jogadoras do país que atuam na Alemanha não entraram em campo: Catlin Foord, Kyah Simon and Sally Shipard.
Já a China entrou no torneio querendo provar que a sua ausência na Copa do Mundo Feminina da FIFA 2011 foi um mero acidente. No entanto, apesar de um bom empate com a Coreia do Norte, o torneio terminou em decepção para as anfitriãs, que marcaram apenas dois gols — ambos na sua única vitória, contra a Tailândia.
Apesar de ter terminado na penúltima colocação, a seleção da Coreia do Sul continua a mostrar uma evolução muito rápida. O sucesso dos últimos anos nas categorias de base está começando a se traduzir em um bom desempenho na seleção principal. Após vencerem a Copa do Mundo Feminina Sub-17 da FIFA e alcançarem as semifinais da Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA em 2010, as sul-coreanas mostraram em Jinan uma confiança correspondente ao seus feitos recentes. Lideradas pela habilidosa Ji So-Yun, que balançou as redes na derrota por 2 a 1 contra o Japão, as garotas da Coreia do Sul  parecem ter plena capacidade de voltarem a disputar o Mundial Feminino daqui a quatro anos — coisa que não acontece desde 2003.
"A Coreia do Sul foi a equipe mais azarada do torneio", afirmou Tom Sermanni, o experiente técnico da Austrália. "As sul-coreanas poderiam facilmente ter vencido todos os seus jogos e certamente são a seleção que mais se desenvolveu nos últimos anos."
Fonte: FIFA.com