quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nova geração de treinadoras

Em cerca de dois meses terá início a Copa do Mundo Feminina da FIFA Alemanha 2011, um torneio que colocará seis mulheres no centro das atenções. Se não acontecer nenhum imprevisto até o pontapé inicial da competição, seis das 16 seleções serão comandadas por treinadoras. Essas técnicas são representativas de uma tendência que vem crescendo nos últimos anos: está se tornando cada vez mais comum ver mulheres dirigindo equipes de futebol feminino.
A Inglaterra, por exemplo, é responsabilidade de Hope Powell. A técnica de 44 anos foi a primeira mulher a obter uma licença profissional da UEFA, em 2003. A seleção anfitriã terá Silvia Neid, dois anos mais velha, na lateral do campo. Em janeiro, a alemã recebeu o prêmio de Treinadora do Ano da FIFA, entregue pela primeira vez na história. A norueguesa Eli Landsem, 49, assumiu o cargo de treinadora do país, campeão mundial de futebol feminino em 1995, há cerca de dois anos e foi a primeira mulher a comandar a equipe. Por fim, duas excelentes seleções da América do Norte, EUA e Canadá, também serão dirigidas por mulheres, respectivamente, a sueca Pia Sundhage (51) e a italiana Carolina Morace (45). E há ainda Ngozi Uche, que estará à frente da perigosa equipe da Nigéria – país que fez bonito na última Copa do Mundo Feminina Sub-20, quando chegou ao vice-campeonato, na Alemanha.

Nos passos das pioneiras
Esses são os principais nomes de uma nova geração de treinadoras que estão seguindo os passos de importantes personalidades da versão feminina do esporte mais popular do mundo, como Tina Theune, April Heinrichs, Elisabeth Loisel e Marika Domanski-Lyfors. Sem o incansável trabalho dessas verdadeiras pioneiras não seria possível que, hoje, técnicas como Neid e Sundhage estivessem à frente das duas seleções mais bem colocadas no Ranking Mundial Feminino da FIFA/Coca-Cola, esbanjando charme e conhecimentos futebolísticos.
Mas quais fatores contribuem para que as mulheres estejam se adaptando tão bem à função de treinadora? “Quando você avalia um técnico, isso não tem nada a ver com o sexo”, declarou Sundhage em entrevista recente ao FIFA.com. “No entanto, as mulheres têm muita dificuldade de arrumar um trabalho como treinadoras. Tive a felicidade de trabalhar na China, na Noruega e, agora, nos EUA, mas isso não aconteceu com todas as minhas colegas. Apesar de tudo, devo dizer que apenas uma mulher que superou todos os obstáculos ao longo da sua carreira como jogadora sabe o que significa jogar nesse nível. Mas prefiro não examinar se isso torna a técnica melhor ou não.”
No final das contas, o que fala mais alto no futebol são os resultados. Dos últimos cinco Mundiais Femininos, apenas em 2003 e 2007 a seleção campeã era treinada por uma mulher. Resta aguardar para ver se será um homem ou uma mulher que levantará o troféu da Alemanha 2011 no dia 17 de julho em Frankfurt.

Fonte: FIFA