terça-feira, 30 de agosto de 2011

Elite feminina da Ásia volta à ação


Faz pouco mais de um mês e meio que o Japão surpreendeu ao conquistar o título da Copa do Mundo Feminina da FIFA pela primeira vez. Porém, nem bem esfriou a lembrança da chuva de papel picado e da comemoração que se seguiu ao triunfo sobre as americanas e as japonesas já estavam de volta aos treinos, de olho em mais uma conquista de peso: a vaga no Torneio Olímpico de Futebol Feminino de Londres 2012.


A partir desta quarta-feira, seis países da Confederação Asiática de Futebol (AFC) competirão ao longo de dez dias por apenas duas passagens para a capital britânica. O torneio será disputado sob o calor de Jinan, na China, em um sistema de todos contra todos. Assim, cada seleção jogará cinco partidas em um desafio que promete exigir muito preparo físico.

O destaque do continente: As outras duas representantes da AFC na Alemanha 2011 — Austrália e Coreia do Norte — serão as principais adversárias do Japão na corrida pela vaga para os Jogos Olímpicos. Quem também exibe credenciais parecidas é a poderosa China, que espera se aproveitar do fato de jogar em casa e se recuperar do golpe de ter ficado de fora de um Mundial Feminino pela primeira vez.

Quem vem em rápida ascensão no continente é a Coreia do Sul, que mostrou uma considerável evolução nas recentes competições juvenis organizadas pela FIFA. A Tailândia completa a lista de participantes, com um conjunto que superou uma longa preliminar para chegar a esta fase final.
Graças ao título mundial do Japão e à qualidade do elenco destas seis seleções, a disputa na Ásia se configura indiscutivelmente como a mais acirrada do futebol feminino. Assim, apesar da impressionante campanha das japonesas na Alemanha, a sua classificação para Londres 2012 está longe de ser garantida diante de adversárias como estas.
Por outro lado, o Japão tem à disposição jogadoras excepcionais, como o trio formado por Kozue Ando, Saki Kumagai e Yuki Nagasato, que atuam no futebol alemão, e Homare Sawa, meio-campista simplesmente impossível de parar. Com o grande progresso do país no último Mundial, a capitã japonesa sentiu o sabor do sucesso. "Quero me esforçar mais a cada dia e ganhar a medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres", disse Sawa.
O feito das japonesas ainda ecoa fora dos gramados. Cerca de 3.500 pessoas assistiram ao primeiro treino das comandadas do técnico Norio Sasaki na concentração de uma semana que o Japão fez recentemente. Alguns dias antes, mais de 22 mil pessoas estiveram presentes ao Estádio Nacional de Tóquio para ver a seleção derrotar um combinado de estrelas do Campeonato Japonês por 3 a 2, em jogo beneficente para as vítimas do terremoto do último mês de março.
Concorrência acirrada: Quem lidera o grupo disposto a tirar o Japão dessa posição de destaque é a Austrália, atual campeã asiática e quadrifinalista da Alemanha 2011. O conjunto chega animado pela volta da atacante Sarah Walsh e da zagueira Thea Slatyer, que foram ao Mundial Feminino de 2007 e se recuperaram recentemente de contusão. Em compensação, serão baixas Ellyse Perry, que marcou um gol no último Mundial, e Samantha Kerr, veloz atacante que sofreu uma séria lesão no joelho esta semana na China.
A tentativa da Coreia do Norte de se redimir por uma campanha extremamente decepcionante na Alemanha 2011 será uma das tramas paralelas das eliminatórias asiáticas. As norte-coreanas vêm passando por um processo de renovação e o jovem elenco teve dificuldades para repetir o desempenho anterior do país, campeão em três das últimas cinco competições continentais. Inversamente, as suas vizinhas da Coreia do Sul parecem estar em forte alta, já que conquistaram a prestigiosa Copa da Paz em novembro do ano passado e venceram a Copa do Mundo Sub-17 Feminina da FIFA de 2010.
Já o técnico da China, Li Xiaopeng, prometeu que levaria a sua seleção a Londres. Para isso, o ex-meia do Shandong Luneng conta com muito talento no ataque. A experiente atacante Han Duan sempre leva perigo na criação e na hora de marcar gols e faz dupla com Ma Xiaoxu, ganhadora da Bola de Ouro adidas na Copa do Mundo Sub-20 Feminina da FIFA. "Depois de meses de duros preparativos, estamos prontos para encarar até mesmo o desafio mais difícil", disse o treinador. "O mais importante agora não é como lidaremos com a pressão, mas como estaremos psicologicamente."
Fonte: Fifa.com