quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Homare Sawa - Capitã e Campeã do Mundo Pelo Japão

Saiba um pouco mais de Sawa a baixinha de 1,64m e 55kg que veste a camisa 10 da seleção japonesa impressionou muita gente ao ser artilheira da Copa do Mundo de futebol feminino de 2011 com 5 gols. Esse feito contribuiu para que recebesse a Bola de Ouro da Fifa - prêmio dado à melhor jogadora do torneio.


Homare Sawa nasceu em 6 de setembro de 1978 em Fuchu, uma cidade da região metropolitana de Tóquio. Incentivada pelo irmão, ela jogou em times do colégio e, pasmem, estreou na primeira divisão da Liga Japonesa aos 12 anos, em 1991, no Yomiuri Bereza. A competição havia sido criada dois anos antes e, nas três primeiras temporadas como profissional, ela conquistou três títulos da L. League e um da All-Japan Womens Soccer Championship - versão feminina da Copa do Imperador.

Suas atuações no clube, no qual ficou até 1998, lhe renderam uma oportunidade na seleção japonesa aos 15 anos, em 1993. E ela não decepcionou: logo na primeira partida, contra as Filipinas, ela marcou quatro gols na goleada por 15 a 0.

De lá para cá, Sawa já conta 18 anos de serviço no time nacional, o que lhe rendeu a posição de referência no elenco e a faixa de capitã no último domingo. Sobre o assunto, a companheira Miyama foi direta. "Ela é uma jogadora divertida e generosa, nós temos muita sorte de tê-la como nossa capitã", disse. "Nós a amamos."



Sawa não inspira somente as companheiras - as adversárias também. A grandalhona Abby Wambach, que já jogou no mesmo time que a japonesa em 2009 e 2010, o Washington Freedom, se rendeu ao talento da camisa 10 nipônica. "Eu literalmente não poderia estar mais feliz por ela, por ser um ícone em seu país, por carregar o seu time, estou muito orgulhosa dela e do que ela já fez", afirmou, antes da final da Copa do Mundo de 2011.

As duas últimas temporadas, porém, não foram as primeiras de Sawa fora do Japão. Em 1999, ela fez parte do elenco do Denver Diamonds, após sair do Yomiuri Bereza. No ano seguinte, ela estrearia pelo Atlanta Beat, da antiga Womens United Soccer Association, que existiu até 2003. Nesse clube, ela fez história ao marcar o primeiro gol da equipe em partidas oficiais. 



Com o colapso da liga norte-americana em 2003, Sawa se viu sem opções e retornou ao futebol japonês. Ela assinou com o seu antigo clube, o Yomiuri Beleza, que havia mudado de nome para NTV Beleza em 1999.

Na equipe, ela conquistou mais quatro títulos da L. League, nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008, sendo uma peça importante no meio campo. No total, foram 64 jogos e 40 gols com a camisa do ramo feminino do Tokyo Verdy. Em 2005, 2006 e 2008, ela também faturou os títulos da All-Japan Womens Soccer Championship.

Nesse meio tempo, Sawa foi convocada para todas as Copas do Mundo de 1995 em diante. Em 1996, o futebol feminino foi incluído como esporte olímpico, e, em 2008, o Japão conseguiu seu melhor resultado: um quarto lugar após perder para a Alemanha por 2 a 0.

Em 2009, depois da reestruturação da liga americana com a Womens Professional Soccer, ela voltou a jogar em terras ianques - dessa vez, pelo Washington Freedom. Sawa foi a primeira escolha da equipe no draft - à frente de atletas como Sinclair, Renata Costa, Rosana, Ester e Tancredi.

Lá, a camisa 10 japonesa teve como companheiras Abby Wambach, Sonia Bompastor, Lisa De Vanna e Erin McLeod - nomes que vimos na Copa do Mundo recente. 



Nessa equipe, Sawa não conquistou nenhuma taça e saiu em 2010, devido às dificuldades financeiras vivivas pelo Freedom. Em 2011, um empresário do ramo de telefonia comprou o time, que trocou de nome: hoje se chama magicJack, e tem sede em Boca Raton, na Flórida.

Então, ela voltou a jogar em sua terra natal, desta vez pelo INAC Kobe Leonessa, base da atual seleção japonesa. Lá, ela tem como companheiras Kaihori, Kinga, Tanaka, Kawasumi, Ohno e Takase, que foram para a Copa.

Pela seleção japonesa, Sawa é a recodista de partidas, tanto pelos homens quanto pelas mulheres. Após a Copa, ela chegou à marca de 172 jogos e 80 gols pelas Nadeshiko.

"Eu sou parte da seleção há 18 anos, então foi uma longa espera [pelo título]. Eu vivi os tempos difíceis do futebol feminino no Japão e eu me sinto aliviada", disse a atleta ao site oficial da Fifa. Sobre a partida final, ela contou: "Nenhuma de nossas jogadoras desistiu, e elas deram duro até o último minuto. Eu pensei que seria difícil para nós, mas não desistimos e foi assim que chegamos ao título."

Modesta, Sawa dividiu os prêmios que recebeu. "É absolutamente incrível ganhar esses troféus, mas eles não são para mim. O time teve grande participação na conquista desses prêmios que eu não posso ter um orgulho pessoal por recebê-los", afirmou.




Com a delicadeza de uma flor de cerejeira, Homare Sawa conquista fãs no mundo todo. Seus passes precisos, sua visão de jogo e suas comemorações singelas fazem dela uma das mais respeitadas e queridas jogadoras de futebol feminino da história.