Depois de duas medalhas de prata nos Jogos de Atenas (2004) e Pequim
(2008), a seleção brasileira ficou pelo caminho e, pela primeira vez,
fica de fora das semifinais. Em Atlanta (1996) e Sidney (2000), o Brasil
terminou na quarta colocação. Atual campeão mundial, o Japão segue vivo
e vai enfrentar a França, nas semifinais, em Londres, na segunda-feira.
Na outra semifinal, os EUA agurdam o vencedor de Canadá e Grã-Bretanha.
Mal soou o apito inicial, e as japonesas já levaram perigo ao gol
brasileiro. Com apenas 40 segundos de jogo, a defesa brasileira
cochilou, e Ohno arriscou da entrada da área, obrigando Andreia a fazer
grande defesa. Apesar do susto, o Brasil foi melhor durante boa parte do primeiro
tempo. Na primeira vez em que Marta e Sawa se cruzaram em campo, a
brasileira levou a melhor. Marta
deu um drible desconcertante e foi derrubada pela camisa 10 do Japão na
entrada da área. A cobrança não chegou a levar perigo, mas a seleção brasileira
apresentava um futebol muito melhor do que o jogado na vitória por 1 a 0
sobre a Nova Zelândia e na derrota pelo mesmo placar para a
Grã-Bretanha.
Com Marta participativa, o time de Jorge Barcellos teve ótimas
oportunidade para abrir o placar no Millenium Stadium. Da marca do
pênalti, Renata Costa chutou por cima do gol. Em seguida, Formiga
tabelou com a camisa 10 e soltou um petardo de longe. A goleira Fukomoto
teve de se esticar toda para evitar o gol. O bonito lance empolgou os torcedores, mas foi o derradeiro de brilho
do Brasil e de Marta. Como quem sofre um apagão, a seleção parou de
jogar na metade do primeiro tempo. As brasileiras passaram a errar
constantemente a saída de bola e pagaram caro por isso.
Em rápida cobrança de falta, Sawa
aproveitou a desatenção da defesa brasileira e achou Ogimi livre para
tocar na saída de Andreia e fazer 1 a 0 para o Japão.
Ciente de que a sequência olímpica estava ameaçada, o time brasileiro
voltou nervoso para o segundo tempo. Prova disso é que logo aos três
minutos, de forma não intencional, Marta acertou uma joelhada no rosto
de Sakaguichi durante uma divida e foi punida com o amarelo. A camisa 10, aliás, pouco fez na segunda etapa. Em seu melhor lance,
cobrou um falta com perigo, mas para fora. Pouco produtivo, o Brasil
quase não ameaçou as japonesas. Sem força para buscar o empate, a
seleção teve sua melhor chance em uma cabeçada de Cristiane, que
aproveitou cruzamento de Rosana e finalizou rente ao travessão.
Com o Brasil todo no ataque, o Japão não demorou a aproveitar os
espaços deixados pela defesa brasileira. E aos 27, o golpe de
misericórdia. Ohno recebeu ótimo lançamento na direita, gingou sobre a
Érica e chutou de canhota por cima da goleira Andreia. A bola ainda
explodiu no travessão antes de entrar: 2 a 0.
O que se viu nos minutos finais da partida no Millenium Stadium foi
desespero brasileiro. Sem organização alguma, a seleção se mandava ao
ataque, mas foi o Japão que esteve mais perto de ampliar o placar nos
contra-ataques.